O policial penal Rodrigo Alves, de 43 anos, fez história ao conquistar a medalha de bronze na modalidade de tiro com arco durante a 3ª Paralimpíadas Militares, realizada entre os dias 2 e 5 de outubro no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. Competindo na categoria “andantes”, Rodrigo destacou-se como o único representante capixaba na modalidade, superando desafios físicos e emocionais ao longo de sua trajetória.

A estreia de Rodrigo no tiro com arco é relativamente recente. Em abril deste ano, durante um acampamento militar em Lagoa Santa, Minas Gerais, o policial penal teve seu primeiro contato com a modalidade. “Eu nunca tinha participado do tiro com arco antes. Conheci o esporte lá no acampamento militar e, em pouco tempo, consegui me destacar”, comenta ele. Em sua primeira participação em uma competição oficial, em Belo Horizonte, Rodrigo já havia conquistado o primeiro lugar em sua categoria, consolidando-se como uma das promessas do esporte paralímpico.

Apesar do pouco tempo de preparação, o desempenho de Rodrigo nas Paralimpíadas Militares em São Paulo foi notável. “A competição foi bastante acirrada, pois competiu com atletas que já possuem seus próprios arcos e treinaram em seus clubes, vindos de São Paulo, Rio de Janeiro e das Forças Armadas, todos militares. Achei que nem ficaria em terceiro lugar, pois havia muitos competidores de alto nível. No primeiro dia de classificatória, fiquei próximo da décima posição, mas no segundo dia, que foi o último dia de classificatórios e a final, consegui melhorar meu desempenho nas séries de flechas, que são 10 séries de três tiros”, explica. A conquista do bronze, além de ser um grande feito pessoal, reforça o papel transformador do esporte para pessoas com deficiência.

Rodrigo não foi o único capixaba a participar do evento. Embora tenha sido o único na modalidade de tiro com arco, ele soube que havia outro atleta do Espírito Santo competindo no atletismo. “O Centro Paralímpico é imenso, não consegui encontrá-lo, mas é bom saber que nosso estado está sendo representado em diferentes modalidades”, afirmou.

A trajetória do policial penal até as Paralimpíadas Militares começou em janeiro de 2019, quando sofreu um acidente que resultou na amputação de parte da perna esquerda. Após um ano de fisioterapia e adaptação à prótese, Rodrigo retomou suas atividades na Polícia Penal, transferindo-se para Cachoeiro de Itapemirim, que é próximo de Vargem Alta onde tem familiares. Foi durante esse processo de reabilitação que ele recebeu o convite para integrar o Programa Militar Paralímpico, destinado a membros das forças armadas e de segurança pública com deficiência.

Através do programa, que é administrado pelo Ministério da Defesa, Rodrigo pôde participar de diversas competições e treinos intensivos, que culminaram na participação e sucesso nas Paralimpíadas Militares. “O programa me deu a oportunidade de conhecer o tiro com arco e me dedicar a algo novo. Eles oferecem toda a estrutura para os atletas, desde passagens até alojamento e treinamento”, relata Rodrigo.

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Sobre o futuro, Rodrigo Alves mantém a expectativa de participar de novos campeonatos, embora ainda não haja datas confirmadas para as próximas competições. “As provas não são divulgadas com muita antecedência, mas estou sempre pronto para o próximo desafio. O esporte me trouxe uma nova perspectiva de vida, e quero continuar representando o Espírito Santo e o Brasil”, conclui.

A participação de Rodrigo Alves nas Paralimpíadas Militares é um exemplo de superação, determinação e força de vontade, e sua história inspira outros atletas e servidores com deficiência a buscar seus espaços e alcançar seus objetivos. A competição reafirma o papel inclusivo do esporte e a importância de programas que proporcionam oportunidades para que essas pessoas com deficiência possam se destacar e conquistar vitórias, não apenas no pódio, mas na vida.